
A identidade do brasileiro está intimamente ligada ao futebol. A paixão e orgulho pelo esporte são eminentes desde as crônicas de Nelson Rodrigues até as canções de Jorge Ben e Skank (Fio Maravilha e É Uma Partida de Futebol), passando pelo cinema de Walter Salles (Linha de Passe). O futebol está presente na mesa de bar, na praia e nas rodas de samba. Também é destaque em comerciais de televisão da Nike, nos quais Neymar é apresentado a todo mundo como embaixador da nação.
Só que esta paixão e orgulho foram profundamente feridos na semi-final da Copa do Mundo contra a Alemanha, com o desastroso resultado de 7-1. Foi o pior resultado na história de 100 anos do futebol nacional e possivelmente a mais humilhante derrota na história moderna dos esportes.
O impacto no mundo corporativo é inequívoco. Quase todos os patrocinadores oficiais da seleção se distanciaram do time após a derrota para os oponentes germânicos. Treze das 14 empresas retiraram sua publicidade vinculada ao evento no dia seguinte. A única exceção foi a Sadia, que veiculou a mensagem que “tamos juntinhos” após o trágico resultado.
Com a paixão ao futebol tão machucada, empresas devem agora buscar novos campos onde possam atuar. Ou melhor, novas quadras.
Neste momento o Brasil se destaca no Campeonato Mundial de Voleibol, que está acontecendo na Polônia. Semana passada os atuais campeões consolidaram sua presença no campeonato com sua segunda vitória no evento, consolidando o favoritismo no campeonato.
O país já possui uma série de conquistas tanto no voleibol de quadras quanto de praia, no masculino e no feminino. O país normalmente se destaca em todas as quatro categorias, ao lado da Rússia e Estados Unidos.
Pesquisa da Mintel confirma que os brasileiros têm uma forte afiliação ao vôlei, o segundo esporte mais popular do país. O relatório Copa do Mundo e Jogos Olímpicos – Atitudes dos Brasileiros em Relação a Grandes Eventos – 2014, a ser lançado em outubro, revela que 44% dos adultos no país planejando acompanhar as Olimpíadas assistirão às partidas de voleibol. A porcentagem só é maior para o futebol (com 71%) e a cerimônia de abertura (69%).
O interesse pelo esporte é ainda maior entre consumidores com grande poder de compra. Mais da metade dos entrevistados no grupo socio-econômico AB planejam acompanhar jogos de vôlei, comparado a apenas 33% dos C2s e 38% dos DEs.
O entusiasmo em relação ao esporte crescerá ainda mais com a chegada das Olimpíadas em 2016. Empresas em diversas indústrias devem desde já começar a atrelar seu nome ao esporte, buscando colher frutos nos próximos dois anos. Os riscos são muito mais baixos que no futebol, já que o Brasil provavelmente triunfará em pelo menos uma das quatro categorias, e vitórias múltiplas são também uma forte possibilidade. Precisamos de mais Giba e menos Neymar. É hora de sacar e marcar pontos!
Victor Fraga é um analista sênior com mais de 13 anos de experiência em várias indústrias – entre elas tecnologia, saúde e setor público. Antes de integrar a equipe da Mintel, trabalhou em diversas empresas do Reino Unido, como na consultoria Frost & Sullivan e no Guardian News & Media.
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