Amazon investe na América Latina e alcança mais consumidores
A Amazon começou a vender roupas e calçados no Brasil. Pode não surpreender que a gigante do comércio eletrônico tenha demorado quase seis anos para se expandir no País. Devido a impostos altos e infraestrutura complicada, o Brasil pode ser um mercado desafiador para negócios.
Antes dessa expansão e depois de cinco anos vendendo apenas livros no País, a Amazon lançou um marketplace de eletrônicos e eletrodomésticos em 2017. Agora, com suas novas categorias que incluem roupas e calçados, a Amazon afirma que oferecerá mais de 300 mil produtos, incluindo peças de alta costura, novos estilistas brasileiros, plus size, veganos e/ou sustentáveis, artesanais e digitais e grandes marcas brasileiras e internacionais.
Os vendedores no marketplace da empresa no Brasil também poderão vender seus produtos no Canadá, nos Estados Unidos e no México. Os compradores, por sua vez, também receberão benefícios. De fato, a política de devolução sem problemas da Amazon pode causar um grande impacto no Brasil, já que trocar itens é relativamente fácil, mas devolvê-los pode ser complicado. Aliás, 36% dos consumidores brasileiros dizem que é muito difícil trocar e devolver produtos.
A expansão da Amazon ocorre em um momento em que o ecommerce está em ascensão no Brasil à medida que mais e mais consumidores abandonam as lojas físicas. Isso é particularmente verdadeiro para quem compra roupas, calçados e acessórios, pois 52% dos consumidores brasileiros dizem que estão comprando esses itens on-line.
A Amazon está investindo na América Latina. Vimos a companhia lançar a Amazon Handmade no México, uma divisão de seu site dedicada exclusivamente a produtos artesanais mexicanos, bem como lançar seu primeiro cartão de débito para incentivar as pessoas não bancarizadas a comprar on-line. Além disso, ela anunciou que os aparelhos que contam com Alexa chegarão no México no final deste ano falando com sotaque mexicano.
De acordo com uma matéria da Reuters, a Amazon também está negociando com o governo do Chile para armazenar e usar dados gerados pelos telescópios do país. Esta parceria pode beneficiar ambas as partes. A Amazon poderia alavancar os dados chilenos para desenvolver ferramentas de inteligência artificial, enquanto o país sul-americano poderia utilizar o Amazon Web Services (AWS) para armazenar os dados massivos dos telescópios na nuvem, eliminando o trabalho pesado de gerenciar a TI. E um acordo desse tipo provavelmente ajudaria a Amazon a enfrentar alguns dos desafios que a empresa enfrenta para ganhar força na América Latina e a se expandir ainda mais na região.
A expansão global da Amazon não mostra sinais de desaceleração, já que alguns analistas sugerem que a gigante do comércio eletrônico talvez responda por 5% do varejo global. Vimos ela tomar algumas medidas para impulsionar e agilizar as compras, como sua primeira loja sem dinheiro, Amazon Go, suas lojas pop-up e Dash Wand, um dispositivo que permite que os usuários comprem produtos via comando de voz . Seu novo lançamento no Brasil tem um objetivo semelhante: tornar a Amazon acessível a mais pessoas.
O comércio eletrônico definitivamente está em alta, mas isso não significa que o varejo tradicional, de lojas físicas, esteja morrendo. Atualmente, vemos empresas, que nunca se aventuraram nesse campo, a fazer exatamente isso e outras expandindo sua presença no varejo físico. O Google planeja abrir sua primeira loja de varejo em Chicago e a norte-americana Whole Foods anunciou que lançará lojas pop-up da Amazon para incentivar os clientes a experimentar os dispositivos da Amazon e aprender sobre serviços como o Prime. Além disso, a Casper Sleep, uma startup on-line, planeja abrir 200 lojas físicas nos EUA nos próximos três anos.
Parece que, além da conveniência, os consumidores ainda valorizam a experiência do varejo tradicional porque é onde conseguem tomar decisões de compra mais informadas. Ainda pode ser cedo para prever se a Amazon abrirá lojas físicas no Brasil, assim como fez na China e nos EUA. No entanto, não deveria surpreender se a gigante do varejo abrisse lojas físicas para que os consumidores brasileiros pudessem olhar produtos e receber conselhos de especialistas. Para continuar no jogo, agora mais do que nunca, os varejistas precisarão encontrar um equilíbrio entre a conveniência on-line e a experiência na loja.
Graciana Méndez é a Analista de Tendências para a região Latino-Americana. Graciana trabalhou como uma trendspotter e escritora de conteúdo há mais de dez anos, em empresas como The Futures Company e JWT Intelligence. Tendo vivido na Argentina, México e Brasil, Graciana tem uma abordagem multicultural sobre percepções culturais, assim como tendências sociais e do consumido.
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